Desligar-se do trabalho é uma decisão muito importante na vida e não deve ser tomada de forma precipitada. Antes de qualquer coisa, deve-se fazer uma auto avaliação, perguntando-se, por exemplo, se fez tudo o que podia para melhorar ou se adaptar ao atual trabalho e se está perdendo ou ganhando com esta decisão.
“É preciso avaliar a realidade e as suas expectativas com precisão, pois a maior parte das pessoas quer procurar um emprego dos sonhos. Entretanto, muitas vezes, não têm informações a respeito de si mesmas”, afirma a coach Bibianna Teodori
Ao contrário do que se pensa, o momento de pedir demissão é tão importante quanto o de admissão. “A forma como você sai de uma empresa é a forma como você será lembrado e as recomendações que receberá ou não dependem desse momento. Além disso, nunca se sabe quando uma oportunidade de voltar para a empresa numa posição melhor surgirá”, diz a especialista.
O processo de coaching pode ser um grande aliado neste momento, para realinhar os valores, descobrir quais são as áreas que precisam ser trabalhadas, trazer mais resultados e, assim, definir novos objetivos.
Contar ou não que estou procurando um novo emprego?
Chegada a hora de pedir as contas, é importante que a primeira pessoa a saber da sua decisão seja o seu chefe. Para Bibianna, este é um grande sinal de respeito e profissionalismo.
“Quando se conta aos colegas antes do chefe, pode-se tornar o ambiente constrangedor, caso o seu superior descubra antes de você informá-lo”, orienta. A ação evitará falatórios nos corredores com os colegas e também que a notícia caia nos ouvidos do chefe antes de ele ser avisado, algo que pode “queimar” sua reputação no mercado.
Escolher o momento ideal para anunciar a decisão é o mais sensato a se fazer. Nesta hora, Bibianna aconselha ser claro e direto. “Fale com ele sobre a nova proposta, quais são os pontos que o influenciaram e levaram a fazer essa escolha. Desta conversa, pode ser feita uma contraproposta por parte do seu chefe, como aumento de salário, promoção, novos projetos.”
Caso a empresa queira evitar a sua saída e ofereça uma contraproposta, a coach sugere que a resposta não seja dada na mesma hora.
Como deixar as portas abertas
Na hora de conversar com o chefe, seja direto e não use o momento para se queixar. Bibianna recomenda honestidade e expor que não está saindo por causa da empresa, mas porque avaliou a própria carreira este é o melhor a fazer.
“É importante reconhecer os resultados que a empresa lhe deu e agradecer pelos aprendizados, pois esta é uma prova de maturidade e pode deixar uma porta aberta”, sinaliza.
Agora é a ocasião para ajustar como será feito o desligamento e não deixar tarefas incompletas para o seu substituto. “Levante suas responsabilidades e os projetos que estão sob o seu comando, diga que tudo será entregue nos prazos estabelecidos e passe para o seu substituto”.
Ofereça ainda disponibilidade para treinar outra pessoa e passar o seu trabalho. “A relação de confiança é construída com muito trabalho, portanto, continue mostrando profissionalismo”, afirma a coach.
Depois da conversa com o chefe, o próximo passo é escrever uma carta com os termos de saída da empresa. “Faça uma carta com tom simpático e deixe claro a intenção de se desligar da empresa, os motivos, a disponibilidade de ajudar durante o período de transição e, claro, agradeça.”
Segundo a especialista, com a saída amigável, as duas partes estarão cientes das condições, o que evitará qualquer tipo de confusão. Caso o chefe não entenda os motivos de seu desligamento e reaja mal, o indicado é tratar o assunto diretamente com o setor de Recursos Humanos.
Por último, a coach lembra que, não menos importante, é avisar seus colegas sobre a saída. “Não deixe que eles descubram pelos outros. Logo após conversar com o seu chefe, avise todos ao seu redor. Isso é importante para que você seja lembrado como uma pessoa com quem valeu a pena trabalhar.”