Um encontro de dois: olho a olho, cara a cara.
E quando estejas perto, tomarei teus olhos.
E os colocarei no lugar dos meus.
E tu tomarás meus olhos
E os colocará no lugar dos teus.
E logo te olharei com seus olhos, e me olharás com os meus.Jacobo L. Moreno
A empatia é uma competência chave em qualquer relacionamento. Associar-se empaticamente com o outro é poder colocar-se no lugar de observador para ter uma melhor compreensão de sua experiência e de seus pontos de vista.
Empatia é tratar de compreender, a partir do sistema de crenças do interlocutor, a lógica de suas respostas frente às circunstâncias. Empatia não é justificar: é validar sua opinião ou sua emoção, e com isso ajudar a processar e a rearticular sua crença.
Reconhecer que a experiência do outro é verdadeira para ele é um sinal de respeito amplamente reconhecido pelo inconsciente.
Você pode fazer mais amigos em dois meses prestando atenção nos outros, do que em dois anos tentando fazer com que os outros prestem atenção em você.
Confiança é o elemento mais importante numa interação. Confiança é ter algo em comum.
Irving Yalom fala de “ olhar através da janela do outro”, e a respeito disso conta o seguinte relato:
“na sua adolescência, uma mulher tinha estado envolvida em uma longa e amarga luta com um pai duro e negativo. Desejando alguma forma de reconciliação, esperava com ansiedade o momento em que seu pai a levava de carro para o colégio, momento em que estariam sozinhos durante horas e assim poderiam dar um novo começo à sua relação. Mas a tão esperada viagem sempre acabava em desastre: seu pai se comportava com fidelidade ao seu modo de ser, e passava o tempo todo resmungando sobre o riacho feio e cheio de lixo que havia na esncosta do caminho. Por sua vez, ela não via nenhum lixo no charmoso riacho rústico e virgem. Como não encontrava modos de responder, no final terminava por se calar. E passavam o resto da viagem sem se olhar, cada um com seus olhos voltados para o outro lado.
Mais tarde, ela fez essa viagem sozinha e se surpreendeu ao notar que havia dois riachos, um de cada lado do caminho. Desta vez, eu dirigia – disse com tristeza – e o riacho que se via da minha janela do lado do motorista era tão feio e estava tão contaminado como havia descrito meu pai. Mas quando aprendeu a olhar pela janela de seu pai, já era tarde demais: seu pai já havia morrido”.