Algumas fases da vida parecem mais fáceis a ponto de te fazer sentir inspirado. Chegam novidades positivas que te deixam forte e animado para resolver até mesmo as coisas negativas com tranquilidade. Isso não é um milagre e, sim, uma disposição e um bom relacionamento consigo que produz essa sensação. Existem momentos em que tudo parece perfeito de um modo espontâneo. Como se o nosso bem-estar interior se expandisse em volta de nós.
Então, por que em outros momentos enfrentamos crises? Precisamos abrir a mente e entender que alguns sinais como ansiedade, pânico e depressão significam um tipo de mal-estar. Claramente não estamos bem conosco. Por quê?
A história que Maria escreveu em uma carta pode explicar isso. Ela acreditava ter uma vida perfeita. Um marido que sempre a amou, um bom trabalho, uma sogra que ela considerava como uma mãe. Chegava e pensar que vivia um sonho. Entretanto, uma voz dentro dela tentava avisar algo que ela não queria escutar, até que um dia saiu para jantar com a amiga, Josefa, que estava em crise com o marido. Todos sabiam que ele a traía. Josefa perguntou o que Maria teria feito em seu lugar. Até que Maria teve uma brilhante ideia: comprou pela internet um microfone e o escondeu debaixo do banco do carro do marido. Não estava procurando por nada, pensava ser apenas uma brincadeira inocente. Até que um dia escutou uma conversa em que estavam presentes o marido, a sogra e uma mulher. Maria descobriu que esta era uma amante de longa data de seu esposo e que tinha o apoio da mãe dele! Ela conta que naquele momento se sentiu órfã pela segunda vez, já que havia perdido seus pais. Viu sua vida ser destruída naquele momento em que ouvia a conversa. Sua intuição tentou lhe dizer, mas Maria não conseguia enxergar o que acontecia debaixo de seu nariz.
Pelo fato de vivermos em uma superfície, concentrados no externo, deixamos de perceber muitas coisas, inclusive quando não estamos bem conosco. Aquilo que somos verdadeiramente está dentro de nós. E é importante que nos coloquemos no nosso mundo interior, nosso centro.
Podemos até não enxergar as coisas, mas a nossa alma sim. Maria colocou o marido para fora de casa e em seu lugar ficou a depressão. Consultou-se com um coach. Entendeu que, por muito tempo, seu corpo tentava se comunicar com ela. Tantas noites de insônia era a alma tentando alertá-la do que estava acontecendo e, por isso, acabou colocando o microfone no carro de seu marido. Entretanto, Maria não deixou que sua vida acabasse ali. Mudou seu estilo de vida, o corte do cabelo, começou a praticar esportes. Pela transformação, ela buscava a felicidade.
Curar-nos de nossos relacionamentos é uma escolha própria. Na verdade, não estamos perdoando os outros, mas as nossas atitudes e julgamentos. Precisamos libertar nossas mentes e nos livrar das queixas passadas.
É possível curar todos os relacionamentos por meio do processo de perdão, reconhecendo que não somos vítimas de nossos relacionamentos, mas participantes. Devemos enxergar as pessoas que no agrediram como seres cheios de medo, reconhecendo que aquilo que percebemos no mundo exterior é uma projeção dos nossos pensamentos positivos e negativos.
Devemos buscar o amor ao invés de defeitos, escolhendo sermos pacíficos internamente e não nos deixar abalar pelo o que acontece fora de nós. A cura dos relacionamentos está diretamente ligada às atitudes que tomamos. Somos criadores de nossa própria vida, portanto, podemos direcioná-la a partir da luz da consciência ou dos atos inconscientes dos sabotadores internos. E quando nos deixamos ser controlados por pensamentos negativos, pensamos não sermos os culpados por estar passando por uma fase difícil e tendemos nos sentir vítimas.